Quatro dicas para comparar propostas de crédito à habitação

Atenção aos conselhos do Banco de Portugal quando for pedir crédito junto aos bancos para comprar casa.

1) Quando comparar o custo de diferentes propostas de crédito, não olhe apenas para o spread.

Compare sempre a TAEG – a taxa anual de encargos efetiva global – e o MTIC – o montante total imputado ao consumidor – das propostas de crédito.

A TAEG e o MTIC são indicadores que ponderam todos os custos do crédito, ou seja, consideram não só os juros, mas também os restantes custos com comissões, impostos, seguros exigidos e outros encargos.

Em propostas de crédito com o mesmo montante e o mesmo prazo, a proposta com TAEG e MTIC mais baixos é aquela que representa menos custo para o cliente.

2. Verifique se as propostas de crédito preveem a aquisição de outros produtos.

O spread pode ser mais reduzido caso o cliente aceite adquirir os produtos.

A instituição de crédito pode apresentar ao cliente um spread ou outros custos do crédito mais reduzidos se o cliente aceitar adquirir outros produtos, mas esses produtos também podem ter custos para o cliente.

Informe-se junto da instituição de crédito sobre:

i) Os benefícios e os custos da aquisição conjunta de outros produtos financeiros em conjunto com o contrato de crédito;

ii) O impacto, no custo do crédito, da desistência de parte ou da totalidade destes produtos durante o prazo do empréstimo.

3. Tenha atenção ao prazo do empréstimo. 

Créditos com prazos mais longos têm prestações mais baixas, mas são, geralmente, mais caros.

Não se esqueça que pode se pedir ao banco que lhe apresente simulações com diferentes prazos no valor da prestação mensal e no montante total de juros e outros custos que terá de pagar pelo empréstimo. Analise as várias simulações antes de tomar a sua decisão. 

4. Taxa de juro variável, fixa ou mista? 

Nos empréstimos a taxa de juro fixa o valor da prestação é sempre o mesmo ao longo do empréstimo. No entanto, pelo menos no início, as prestações são geralmente mais elevadas.

Nos empréstimos a taxa variável, a taxa de juro varia ao longo do prazo do empréstimo. Como a taxa de juro é a soma do indexante e do spread, as alterações do indexante (por exemplo, a Euribor) têm impacto no valor da prestação, que pode subir ou descer ao longo do empréstimo.

Nos empréstimos a taxa de juro mista, o contrato de crédito tem um período em que a taxa é fixa, seguido de um período em que a taxa é variável.

Autor: Banco de Portugal

Comentários